sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Tratamento de Oncológico e Hemodiálise: Unacon de Tucuruí inviabilizada em função ao descaso do governo Simão Jatene


















WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Foto: Wellington Hugles

A construção da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia – UNACON, em uma área do Hospital Regional de Tucuruí, foi formatado em 2010, no governo Ana Julia Carepa, que deixou programado no orçamento de 2011 recursos necessários para sua construção, e aquisição de equipamentos, seu contrato foi efetivamente concluído e publicado no Diário Oficial do Estado no dia 10 de agosto de 2011, sendo a empresa Quadra Engenharia Ltda, responsável pela obra, que recebeu o valor de R$ 3.878.836,01.


As obras iniciaram ainda no governo de Ana Julia Carepa, que deixou recursos alocados no orçamento do estado para 2011 e convênio assinado com o Ministério da Saúde que realizou a liberação de verbas federais para a conclusão das obras e a entrada em funcionamento da Unacon. Todos os equipamentos da unidade foram adquiridos, inclusive o reator nuclear para o tratamento de quimioterapia ainda em 2010.

A entrada em funcionamento da Unacon estava prevista a priori, para o início do mês de agosto de 2012. A Unacon atenderia a demanda de 1.000 pacientes ao mês, das regiões Sul e Sudeste do estado: Jacundá, Tailândia, Goianésia do Pará, Pacajá, Novo Repartimento, Breu Branco, e sua sede Tucuruí.

No projeto original, após a construção da Unacon, o Hospital Regional de Tucuruí, seria revitalizado e adequado para o funcionamento dos novos serviços de alta complexidade como retaguarda da unidade de oncológica, que necessitará de leitos para a internação dos pacientes em tratamento.

A vigência do contrato da obra, inicialmente foi de 365 dias, iniciada em 10/08/2011 e com data final para agosto de 2012, sendo encerrada apenas em abril de 2013, quando foram concluídas as obras civis, com um atraso de quase um ano.

A Unacon que compõem a estrutura administrativa do Hospital Regional de Tucuruí deveria estar dotada de equipamentos de: Quimioterapia, Radioterapia e Hematologia, para o tratamento adulto e pediátrico, sendo 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A construção da unidade passou por todas as normas de aprovação do projeto arquitetônico através do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Vigilância Sanitária e Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Com a possibilidade da entrada em funcionamento da unidade, pacientes de Tucuruí e de dos municípios vizinhos, como: Breu Branco, Jacundá, Novo Repartimento, Goianésia do Pará, Tucuruí e Tailândia, estavam ansiosos para o início do tratamento no Unacon do Hospital Regional, desde o diagnóstico, até a radioterapia, que é a parte final do tratamento, mas em função a falta de atenção e o descaso, por parte do governo Simão Jatene, mesmo com as obras concluídas desde o mês de maio de 2013, ou seja, já passado 18 meses, a Sespa não criou nenhuma oportunidade da entrada em funcionamento, mesmo com a instalação dos equipamentos como o reator nuclear, já testado, e em pronto funcionamento, para o tratamento em radioterapia, inclusive, o governo do estado, esta pagando mensalmente o valor de R$ 42 mil, para um técnico nuclear, desde o mês de março/2014, que vem recebendo estes valores mais não está atuando, devido a Unacon não esta em funcionamento, fechada, com seus imobiliários e equipamento caríssimos, desgastando-se pelo tempo, colocando em risco até a inutilização dos equipamentos como o reator nuclear, deixados pelo governo Ana Julia, em 2010.

Via Crucias - Os pacientes que precisam do tratamento oncológico e de hemodiálise, são obrigados a passar por uma via crucias, mesmo com a Unacon já em condições de funcionamento em Tucuruí, continuam a se deslocarem ao Hospital Ofir Loiola, referencia no tratamento de câncer, em Belém, para a possibilidade da manutenção de suas vidas.

Segundo a dona de casa Marlene Freitas, 59 anos, diagnosticada de câncer no colo do útero, já há quatro anos, sofre com as viagens mensais, e as internações ininterruptas para o tratamento radiológico, na capital, distante da atenção e do afeto de seus familiares, “eu pensei que o governo seria para dar melhores dias para os enfermos, pelo contrário, este governo Jatene, “maltrata e humilha”, a gente que é paciente cancerígeno, somos tratadas como uma sub-raça, ficando a mercê da própria sorte”.

Hemodiálise Mesmo com as promessas mirabolantes de Simão Jatene, anunciadas em março de 2012, que instalaria 10 cadeiras para o tratamento de Hemodiálise, em uma das alas do Hospital Regional de Tucuruí.

O projeto foi engavetado, mesmo com a celebração de parceria com a Eletrobras Eletronorte, que em contrapartida, tinha se colocado a disposição para realizar a reforma e a adequação de uma das alas do Hospital de Tucuruí, para a instalação deste serviço de vital importância aos pacientes da região.

Mas sendo inviabilizada, em função a liberação das alas do HRT para que o seu aliado político o prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira, instalasse a Maternidade Municipal que foi transferida desde o ano de 2010, do seu prédio do Hospital Municipal para dentro do Hospital Regional do Governo do Estado de Média e Alta Complexidade, frustrando as expectativas de milhares de pacientes desta região, de serem beneficiados com o tratamento em hemodiálise, próximo as suas familiares, sendo obrigada a continuidade de se deslocarem semanalmente para Belém ou Marabá, para realizarem este tratamento, causando um grande desconforto e sofrimento aos enfermos.

A Unacon faz parte do projeto Expande, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que tem a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e Secretarias Municipais de Saúde.

A finalidade Uancon era torná-la mais uma referência para o atendimento de pacientes com câncer no Estado, reduzindo a demanda para o Hospital Ofir Loyola (HOL), em Belém.

A população de Tucuruí e região tentaram por diversas vezes sensibilizar o governador do estado Simão Jatene, para colocar em funcionamento a Unacon, haja vista, sua estrutura estar totalmente finalizada, mas por diversas vezes foram informados pela sua assessoria do governo, que dentro da agenda mínima de governo, a região Sul e Sudeste, não estava contemplada com investimentos neste setor, com isso, o sonho da população da região Sul e Sudeste do estado, tornou-se um pesadelo, restando apenas um grande “elefante branco” sem nenhuma utilidade, edificado em frente ao Hospital Regional de Tucuruí, custeado pelos cofres públicos do governo federal e do estado no valor de quase R$ 4 milhões.

Mas o maior prejuízo e a perda de dezenas de pacientes enfermos, que em função a escassez e as dificuldades para os tratamentos, vão a óbito em toda a região, sem o auxilio do governo do estado para o tratamento e a manutenção de suas vidas, deixando as famílias enlutadas pelas perdas repentinas, em função a gravidade da doença e a inexistência do braço do governo do estado na garantia do tratamento, mesmo com uma Unacon finalizada em Tucuruí, mas sem funcionamento.

A equipe de reportagem tentou contato com a direção do Hospital Regional de Tucuruí, mas foi informado que qualquer esclarecimento com referência a Unacon, deveria ser encaminhado diretamente para a direção da Sespa, e mesmo após diversos contatos telefônicos e envios de e-mails, a assessoria da Sespa, até o fechamento desta edição não encaminhou nenhuma posição oficial, com referência a data prevista para a entrada em funcionamento da Unacon de Tucuruí.


Maternidade Municipal – As vésperas das eleições, o governo do estado firmou convênio com o prefeito de Tucuruí Sancler Ferreira, aliado político de Simão Jatene, para o início das obras de reforma do Hospital Municipal e da Maternidade de Tucuruí, para que possa ser liberado o espaço das alas necessárias dentro do Hospital Regional de Tucuruí, para a implantação da retaguarda necessária para a implantação de leitos aos pacientes em tratamento de oncologia e instalação das cadeiras para o tratamento de hemodiálise, fato que ocorreu só após 3 anos de sua instalação dentro do regional, e que o governo do estado, só tomou estas providências em função a RECOMENDAÇÃO Nº 44/2014, do MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por meio do Procurador da República Paulo Rubens Carvalho Marques e do MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, através dos Promotores de Justiça Francisco Charles Pacheco Teixeira, Adriana Passos Ferreira, Francisca Suênia Fernandes de Sá e Amanda Luciana Sales Lobato, que recomendaram o prazo máximo até o dia 30 de Julho de 2014, para a inauguração e entrada imediata em funcionamento deste patrimônio, custeado com recursos do Governo Federal e Estadual, a Unacon, prazo este que não foi cumprido pelo governador Simão Jatene.

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