segunda-feira, 1 de julho de 2013

100 mil pessoas sem ônibus em Tucuruí, por culpa do prefeito Sancler

Associação das Populações Organizadas Vítimas das Obras no Rio Tocantins e Adjacências (APOVO) fechamento da BR -422 Km 11 Vila dos Pescadores








Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fechamento da BR - 422 Km 5 Sítio Deus é Grande








Com o fechamento em dois pontos da BR 422 Tucuruí está isolada do restante do estado
WELLINGTON HUGLES
De Tucuruí
Fotos: Wellington Hugles
Desde as 6 h da manhã desta segunda-feira (1), os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), fecharam a BR - 422, na altura do Km 5 na Vila Sítio Deus e Grande e os integrantes da Associação das Populações Organizadas Vítimas das Obras no Rio Tocantins e Adjacências (APOVO) também fecharam a BR - 422 no Km 11 na Vila dos Pescadores no trevo de ligação de Tucuruí, Novo Repartimento e Breu Branco.
A movimentação nos dois pontos de interdição e intensa, tanto os manifestantes ligados ao MAB como a APOVO, exigem serem atendidos pelo prefeito Sancler Ferreira, para que ele atenda a pauta de reivindicações da classe, bem como, com a direção da Eletronorte para poderem acelerar as ações que estão em discussão com a estatal desde 1992, e que até os dias atuais nunca foram atendidas.
APOVO - Na pauta defendida pela APOVO, segundo informou seus coordenadores Ismael e Samuel Pereira, estão as condicionantes a serem cumpridas pela Eletronorte antes da renovação da Licença Ambiental e de Operação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que vence no próximo sábado dia 06 de julho; encaminhamentos para o início do derrocamento e dragagem da Hidrovia Araguaia e Tocantins; cumprimento das metas da criação do Mosaico do Lago de Tucuruí, que desde 2004 foi disponibilizado recursos para investimento de R$ 9,5 milhões, não chegando aos maiores interessados os ribeirinhos; compensação as quase 400 famílias atingidas pelas obras da Usina de Tucuruí, e que viviam unicamente da pesca no pé da barragem, e que hoje, estão prejudicadas, e mesmo com a criação do Projeto Ipirá que solucionaria as situações destas famílias, até o momento esta sendo ‘empurrado com a barriga’, a APOVO exige ainda, que seja feita uma avaliação minuciosa, além da devida prestação de contas dos recursos destinados ao Projeto Proset, que não atendeu as seis cooperativas da região, mesmo tendo verba aprovada e que seria destinada para o apoio e a logística dos expropriados, recursos na ordem de R$ 39 milhões.
Sem combustível - A manifestação foi engrossada com a participação dos moradores das Ilhas do Lago e dos ribeirinhos e pescadores, que, com a denúncia na televisão, os vendedores foram presos e fechados os pontos de venda clandestina de combustível na Vila do Km 11, e que ficou prejudicado, foram os menos assistidos, que estão sem condições de abastecer seus barcos e rabetas, bem como, com a compra de diesel para o motor gerador de energia em suas ilhas, eles exigem também uma solução do prefeito que instale um posto de combustível flutuante, para garantir aquela população, meios para suas locomoções e a garantia de viverem em um local com a mínima estrutura básica.
MAB - Na manifestação comandada pelo MAB, segundo o coordenador do MAB  Roquevan Alves, esta medida foi tomada pela falta de compromisso do prefeito Sancler Ferreira, em atender o movimento e analisar a pauta de reivindicações, que inclusive foi discutida de formada democrática, na última sexta-feira 28, com a prefeita em exercício Henilda Santos, a prefeita na ocasião estudou uma planilha para as possibilidades da redução da tarifa do transporte coletivo dos atuais R$ 2,25 para R$ 2,10, mas, que não foi dado encaminhamento, em função ao retorno imediato do prefeito Sancler a Tucuruí, inclusive, Sancler orientou a prefeita em exercício que estas decisões só poderiam ser tomadas por ele, e puxou para ele a responsabilidade de discussão e atendimento da pauta.
Roquevan afirmou que o MAB não deixou que os ônibus coletivos da cidade passassem pela barreira, com isso, trazendo prejuízo à empresa e obrigando que a passagem seja reduzida pelo gestor municipal, “a rodovia está fechada apenas para os ônibus de transportes de passageiro da Viação Tucuruí”.
Na sexta-feira os movimentos sócias resolveram suspender temporariamente a manifestação, e retornaram com toda força neste início de julho, mas, de forma pacifica e consciente, pela manhã no Sitio Deus e Grande na BR - 422, os veículos estavam passando normalmente, com exceção dos ônibus da Viação Tucuruí, mas, como até o meio dia, prazo dado ao prefeito Sancler para atender a comissão dos movimentos sociais e do movimento popular Acorda Tucuruí não foi positivo, a rodovia foi totalmente fechada tanto no Km 5 pelo MAB como no Km 11 pela APOVO.
Após muitas rodadas de negociações, que teve a frente o comandante do CPR IV coronel Barata, entrou-se em um consenso tanto os manifestantes do KM 11 como do Km 5, concordaram que passado cada prazo de uma hora a rodovia é liberada por dez minutos.
Esta medida foi para acalmar os ânimos de muitas pessoas que estavam em viagem e que queriam tentar passar na barreira a força, e criando limosidade com as pessoas que estavam na manifestação.
Segundo informações dos dirigentes de ambas as barricadas, a direção da Eletronorte já havia acenado com uma reunião na tarde desta segunda-feira (1), para estudar os encaminhamentos de ambas as pautas dos dois movimentos em reuniões separadas dos dirigentes da estatal com as lideranças de cada seguimento.
Até o fechamento desta edição o prefeito Sancler Ferreira não havia dado nenhuma atenção ao pleito dos manifestantes, apenas informando que, a partir de hoje, decretou o fechamento da prefeitura de Tucuruí, para atendimento a população até o dia 16 de agosto, com isso, encerrando qualquer canal democrático de entendimento com os movimentos sociais e a população em geral, que comungam e defende a pauta dos manifestantes, assim como a redução imediata do valor da passagem de R$ 2,25 para R$ 2,00, a quebra do monopólio da empresa Viação Tucuruí concedido por Sancler por mais 23 anos no período pré-eleitoral, a convocação imediata de Concurso Público e a prestação de contas dos mais de R$ 56 milhões dos royalties.
Se o prefeito acha que vai medir força com o povo, ele vai assumir a culpa da cidade ficar sitiada, e os 100 mil habitantes ficarem sem transporte coletivo pelo período que ele endurecer na sua posição retrógrada e ditatorial, “sabemos que para ele não e preocupante, ficar sem passar pela BR - 422, haja vista, ter avião a sua disposição para sair da cidade a hora que quiser, mas, quem paga como sempre o seu desgoverno é o povo, inclusive, sofrendo as consequências pelo único projeto imposto, e que deu certo na sua gestão, que foi o empobrecimento da cidade e de sua população, com isso, tendo os pais e mães de famílias, terem que sair do município em busca das realizações de seus sonhos e a garantia da sobrevivência de seus familiares”, disparou Roquevan.
A redação tentou contato com o chefe de gabinete da prefeitura, e não teve nenhum retorno, em função ao recesso iniciado hoje, de 45 dias de férias decretado por Sancler Ferreira.



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