quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Belo Monte poderá parar nesta sexta

 As marcas da última manifestação em defesa do reajuste salarial dos trabalhadores de Belo Monte
Máquinas poderão paralisar nesta sexta (23)

Belo Monte poderá parar nesta sexta

Passado duas semanas da última manifestação de descontentamento dos operários que trabalham na obra de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu em Altamira, por não concordarem, ao índice de reajuste salarial oferecido pelo Consórcio Construtor Belo Monte – CCMB, e, aceito, sem o aval dos trabalhadores, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará – Sintrapav.
Manifestações - No último sábado (9), dezenas de operários da obra de Belo Monte, realizaram diversas manifestações, culminando com a destruição e queimada de diversos prédios da empresa CCBM, em função das informações, que a diretoria do Sintrapav, teria fechado acordo em nome dos operários com a CCBM, aceitando o reajuste de apenas 4% a 11% aos funcionários da obra, e que, o período de “baixada” para quem não tenha um ano de empresa, continuará de 90 dias, para visita a família.
Estes foram os motivos que levaram a revolta dos operários, que tiveram informações que, seria realizado no sábado (9) e domingo (10), assembleias gerais com parte dos operários para consolidar e aprovar o acordo selado entre a direção do Sintrapav e os patrões.
Aprovação – Segundo o sindicato, a proposta apresentada pelo CCBM era de aumento de 11% para carteiras assinadas com teto de até R$ 1.500,00; 6% para os que ganham de R$ 1.500,00 até R$ 3.000,00; e 4% para os que ganham acima de R$ 3.000.00. Já a baixada (período de visita à família) seria distribuída da seguinte forma: manutenção aos novatos de seis meses, aos de segunda baixada quatro meses e aos de terceira baixada de três meses, além do vale alimentação que aumentaria de R$ 110,00 reais para R$150,00.
No entanto, segundo os trabalhadores, a proposta do CCBM não atende todas as reivindicações. Avança muito pouco sobre a baixada e aumento real de salário, chegando ao ponto de ficar abaixo da inflação para os trabalhadores que recebem acima de R$ 3 mil. Além disso, os operários questionam o apoio continuo do sindicato às medidas do Consórcio.
O CCBM não atende também propostas dos trabalhadores, entre as quais a instalação de lavandeiras dentro dos alojamentos, já que os trabalhadores sofrem com a falta de máquinas de lavar; a instalação de torres de telefonia de outras operadoras para quebrar o monopólio da operadora OI, na qual os trabalhadores ficam impedidos de ligar a uma longa distância pagando pouco; a baixada para o profissional e para o ajudante (hoje em dia apenas o profissional tem direito a baixada); a baixada de avião para qualquer distância, já que o CCBM pensa em impor a viagem de ônibus àqueles operários que moram até 1.500 km de distância; a equiparação salarial, pois há diferenças salariais para a mesma profissão, entre outras reivindicações
Para os operários que diariamente estão sol-a-sol trabalhando na obra, estes reajustes no salario, ticket alimentação, são muito inferiores a expectativa dos trabalhadores e devido a realidade atual de sobrevivência na cidade de Altamira, que vive uma aquecimento econômico e o custo de vida encontra-se altíssimo, ficando impossível um operário sobreviver pagando aluguel e alimentando sua família, com um salario diminuto. O interessante e, que quando chega o período de reajuste de nossos salários, “nossa entidade representante de classe não defende os nossos interesses reais dos operários, e sim, os do patrão”, desabafou um trabalhador da obra. 
Paralização – Segundo informações obtidas pelos operários desde segunda-feira (19), a direção do Sintrapav está marcando assembleia geral para que os operários aprovem a proposta defendida pela entidade, mas, os operários não aceitam este indicativo de percentual de reajuste, por este motivo, durante todos estes dias, as assembleias estão sendo remarcadas, mas, hoje (23), e a data final determinada pelo Sintrapav para a aprovação, e, os trabalhadores da obra de Belo Monte na sua maioria absoluta não aceitam a proposta defendida pelo Sintrapav, inclusive, os encarregados, já concordaram, em unanimidade “cruzar os braços” em busca de seus direitos, haja vista, que a proposta da coletividade é um reajuste de 20% a todos os empregados, em todas as categorias, e, o aumento do ticket alimentação para R$ 300,00, além do período de baixada de visita a família diminuir a todos os operários, independente do tempo de carteira.
Força Nacional - Segundo informações, o clima encontra-se tenso nos canteiros de obras em Belo Monte, o local, conta com a presença da Força Nacional e da Polícia Militar, que esta orientada a manter a ordem e assegurar que não haja novas manifestações.
A equipe de reportagem tentou inúmeros contatos com a direção do Sintrapav tanto na matriz em Tucuruí como na filial de Altamira, para os devidos esclarecimentos, sendo informados que os diretores estavam viajando, e que, apenas eles poderiam comentar o assunto.  (Wellington Hugles)





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