terça-feira, 24 de abril de 2012

Jornalista é executado com seis tiros em bar


Décio Sá escrevia para 'O Estado do Maranhão' e mantinha blog de denúncias onde fazia críticas contra políticos e autoridades do Maranhão


O jornalista e blogueiro Décio Sá foi executado com seis tiros na noite desta segunda-feira (23), em um bar da Avenida Litorânea em São Luís, no Maranhão. O jornalista trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão e matinha um blog popular sobre o tema. Nos posts, Décio fazia críticas e denúncias contra políticos e autoridades do estado.
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) do Maranhão, o crime aconteceu por volta das 23h30. De acordo com os primeiros levantamentos da polícia, dois homens chegaram ao local em uma moto e um deles entrou no bar e foi ao banheiro. Ao sair, o criminoso atirou no jornalista pelas costas. Décio levou quatro tiros na cabeça, dois no tórax e morreu na hora.
"Foi um crime encomendado. As pessoas que entraram aqui no bar vieram com a intenção de executar o jornalista Décio Sá. As pessoas que testemunharam o fato disseram que o autor dos disparos não escondeu nem a cara", disse o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, para o site G1. Segundo os investigadores, as balas encontradas no local do crime são de calibre 40, de uso exclusivo da polícia.
Em comunicado, o governo do Maranhão classificou o assassinato do jornalista como bárbaro e cruel e garantiu que está tomando as providências para a prisão dos criminosos.
Ameaças eram constantes - Amigos do jornalista Décio Sá, morto a tiros na noite desta segunda-feira (23) em São Luís, disseram que as ameaças eram constantes na vida da vítima. O jornalista estava jantando sozinho em um restaurante da Avenida Litorânea, em São Luís, quando um homem  se aproximou e disparou seis vezes, acertando quatro tiros na cabeça e dois nas costas. Ele morreu no local.
Décio Sá trabalhava no jornal "O Estado do Maranhão" pertencente à família Sarney e escrevia em um blog famoso por informações de bastidores da política no Maranhão. Ele também trabalhou no jornal "O Imparcial" e chegou a ser correspondente da "Folha de S.Paulo" no final dos anos 90. O jornalista deixa mulher e um filho de 8 anos. O blogueiro Luís Cardoso informou ao UOL que Décio não havia relatado nenhuma ameaça específica nos últimos dias. 
“Que eu saiba, não existia uma ameaça específica. Mas as ameaças são diversas. Nossa vida aqui é assim: de vez em quando tem que ir à polícia informar algum caso. Só ele saberia dizer se houve alguma ameaça mais virulenta, pois ele não comentou comigo. Mas esse tipo de jornalismo incomoda, e ele deveria estar incomodando alguém. Não creio ser uma coisa recente. O crime organizado, que ele denunciava, planeja e estuda para cometer o crime”, disse.
O blogueiro contou que esperava por Décio em um outro restaurante, quando soube da notícia. “Décio falava ao telefone com o vice-prefeito da cidade Barra do Corda - Aristides Milhomem -, que ouviu o barulho dos tiros e ficou gritando pelo nome de Décio. O vice-prefeito me ligou para dizer o fato, e eu então telefonei para o celular de Décio, que não atendeu. Em seguida, o Fábio Câmara - pré-candidato a vereador de São Luís e amigo do jornalista -, que estava com ele, me ligou para dizer. Foi terrível.”
O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Leonardo Monteiro, confirmou que Décio relatava constantemente ameaças e disse que costumava dar conselhos ao blogueiro. “Eu sempre dizia a ele que tivesse cuidado, não se expusesse. Ele tinha um blog muito reconhecido aqui no Estado, e que fazia muitas denúncias”, disse.
Segundo ele, a categoria vai cobrar providências rápidas às autoridades. “A única que se pode fazer nessa altura e se solidarizar com família e a sociedade, e pedir uma análise sobre esse crescimento da criminalidade. O fato aconteceu, o estrago está feito. Temos que chorar e reclamar providências, pois o Brasil tem uma legislação maluca, onde um assassino se apresenta à polícia, após o flagrante, e fica anos em liberdade esperando julgamento”, afirmou.
Tucuruí – Fatos como estes não ocorrem só no estado do Maranhão, aqui mesmo em Tucuruí, o radialista Celso Lammego, também foi vítima de um atentado a sua vida, ocorrido no dia 04 de fevereiro de 2011, que culminou com um a “surra”, que lhe deixou bastante lesionado e com muitas complicações em sua saúde. 
Veja aqui a matéria completa do atentado ao radialista Celso Lammego:
Na época a Secretaria de Estado de Segurança Pública, declarou que faria todo o possível para elucidar os motivos que culminou com o atentado sofrido por Lammego, e já se passaram 14 meses e nunca foi solucionado.
Recentemente o editor de nosso blog Wellington Hugles que também e correspondente de um jornal do estado do Pará – Diário do Pará -, e, é proprietário do Jornal de Tucuruí e Região- Impresso -, sofreu ameaças a sua vida em função das inúmeras denúncias publicadas em seu blog e noticiada nos jornais do estado: Diário do Pará e O Liberal.
Hugles passou a ter em sua proteção uma vigilância monitorada, e para assegurar que os mandantes não ficariam impunes se algo terrível viesse a acontecer com sua vida, deixou diversos CDs gravados com seu depoimento em alguns meios de comunicação, com seus familiares e seus advogados, esclarecendo todos os fatos, com provas, documentos, gravações, filmagens dos prováveis culpados.
Hugles, depois de passado estas ameaças postou um comentário no blog Jornal de Tucuruí o qual e um dos redatores e no blog Folha de Tucuruí dizendo o seguinte: “Faz mister, esclarecer e deixar claro a todos os nossos amigos internautas que toda profissão tem bons profissionais e alguns que realmente não condizem com suas atitudes, bem como em todo o exercício profissional existe os perigos e as dificuldades, por isso, meus advogados de Tucuruí e alguns da capital pessoas de minha maior confiança, tem uma declaração filmada da minha pessoa, contando tudo e relatando claramente e detalhadamente com documentos a respeito de todos os problemas que tenho passado após as turbulências ocorridas de junho de 2011 até os dias atuais, ou seja, sou mais útil em terra do que debaixo dela, que mesmo morto nunca calarão minha voz”.
Esperamos que as autoridades constituídas em nosso município e estado, retomem as investigações e também comecem a tomar as devidas providências emergências, para coibir estes desmandos em nossa cidade e região, para que não tenhamos que reviver o passado, onde externar as suas opiniões ou reivindicar seus direitos era proibido e coibido na bala.
Toda a sociedade civil organizada esta aguardando a elucidação do atentado contra o radialista Celso Lammego, que pelo que se observa ficou mesmo no esquecimento e virou apenas mais um número nas estatísticas da segurança pública do Pará que fica na região Norte e não na região da Morte. (Wellington Hugles)

Um comentário:

  1. Felizmente no caso do Lammego o final foi diferente do que ocorreu no maranhão. Sinceramente, quanto mais se aproxima as eleições, mais tenho medo do que possa acontecer em nossa cidade, pois a briga pelo poder promete ser feia.

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