Moradores da zona rural de Tucuruí apreendem ônibus escolar

Fotos: Wellington Hugles 

O ônibus escolar foi apreendido na localidade Amapá 2, Km 33 da estrada do linhão de energia da Transcametá na Reunidas, o motorista foi liberado e levado a sua residência de moto pelos manifestantes 

Escola Polo na PA Reunidas, linda por fora e por dentro mesmo com o início do ano letivo a mais de 45 dias, os estudantes ainda não tiveram suas aulas regularizadas

 

Cerca de 50 moradores da localidade Amapá 2, Km 33 da estrada do linhão de energia da Transcametá na Reunidas, realizaram na tarde desta quinta-feira (15), a apreensão do ônibus que realiza o transporte escolar dos alunos até a escola Polo Reunidas.

Por volta das 14 h os moradores como forma de protesto pelo descontentamento geral em virtude das péssimas condições das estradas e vicinais, resolveram apreender o ônibus escolar que presta serviços para a prefeitura de Tucuruí no transporte dos alunos que moram nas redondezas da escola Polo.

O descontentamento já vem se arrastando há meses, sendo que o estopim da manifestação foi à demissão da professora Ocilene das Graças Cantão, que leciona na escola desde o ano de 2005, em virtude das declarações feitas pelo seu marido Milton Santos conhecido na região como “Tota”, presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do Projeto de Assentamento Reunidas, em programa radiofônico de uma emissora local, na oportunidade, “Tota”, alertou a população da necessidade de uma mobilização popular em virtude das condições de abandono das estradas e a falta de professores na escola Polo esclareceu dizendo, “já se passou o primeiro mês do ano letivo de 2012, e os alunos não tiveram ao menos uma semana de aula regular”.

Devido as suas declarações a Secretaria de Educação do município Marivane Ferreira, mandou sua coordenação dispensar imediatamente a professora Ocilene, esclarecendo que “sua dispensa não é em função de seu profissionalismo como professora, e sim em virtude de ser esposa do sindicalista “Tota””.

A Associação PA Reunidas dirigida por “Tota”, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí, presidida por Nilson Teixeira, resolveram convocar uma reunião e caráter de urgência, com os moradores da região para definir a aprovação das medidas que serão tomadas para equacionar o problema, sendo marcada a reunião para esta sexta-feira (16) a partir das 9 h, no prédio da escola Polo na PA Reunidas.

Devido às atitudes tomadas pela secretária Marivane Ferreira, a população revoltada, e em repudio a situação de autoritarismo imposto no município, resolveram aprender o veículo que transporta os alunos no ramal do Amapá 2 há 33 km de distância da sede da escola, até que sejam tomadas as medidas que atendam as carências dos moradores da Zona Rural.

Por volta das 15 h, a secretaria de Educação Marivane Ferreira juntamente com o assessor superior do gabinete do prefeito Junior Souto estiveram na localidade do Amapá 2, para tentar resgatar o ônibus, foram acompanhados por duas viaturas da Polícia Militar para garantir a ordem, após muita negociação, os moradores orientaram os representantes do prefeito Sancler Ferreira, que só iriam liberar o ônibus após a reunião que ocorrerá nesta sexta-feira. Nada mais podendo ser feito por Marivane e Junior juntamente com a PM a não ser retornar a cidade.

Na pauta de reinvindicações dos assentados na PA Reunidas e adjacências estão: Recuperação imediata em caráter de emergência das estradas e vicinais da zona rural; Ampliação de 4 salas de aulas na escola Polo para este semestre; Implantação de um transporte escolar de qualidade e que possa dar conforto e segurança aos alunos; Implantação em caráter de urgência da 5ª a 8ª série com professores lecionando todos os dias e em todas as matérias e não o modelo implantado pela secretaria de educação com aulas apenas com um professor durante um mês inteiro; A recontratação imediata da professora Ocilene das Graças e seu retorno a escola Polo; A entrada em funcionamento da sala de inclusão digital que nuca foi utilizada pelos alunos da escola e que todos os pontos de pauta e inclusive outros que venham a ser discutidos e aprovados na reunião sejam acompanhadas no seus cumprimentos pela Associação PA Reunidas e pelo Sindicato Rural, haja vista, que o não cumprimento dos pontos de pauta ocasionará nova mobilização dos moradores em defesa de seus direitos. (Wellington Hugles)