domingo, 29 de janeiro de 2012

ONG protesta contra a discriminação de haitianos


A Organização Não Governamental Visão Mundial fez um protesto formal ao governo brasileiro contra o que qualifica de postura imperialista, preconceito e discriminação contra dois cidadãos haitianos, impedidos pela Polícia Federal de entrar no País para participar de um treinamento sobre monitoramento jovem de políticas públicas. Claude Rinvil e Jean-Wilbert Taptichon foram inadmitidos pela imigração do Aeroporto de Guarulhos, no último dia 23, quando tentavam desembarcar em São Paulo e mandados de volta sem apelação para o Haiti.
Os haitianos, que tiveram documentos e bagagens apreendidas pela Imigração brasileira, tinham visto de entrada no País emitido pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe. Segundo a ONG, eles estavam com a documentação em dia, inclusive as vacinas exigidas pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e uma carta da entidade indicando a finalidade da visita. “Eles (os policiais) reproduziram a mesma atitude imperialista que os americanos sempre praticam com brasileiros e latinos”, criticou Wellington Pereira, dirigente da entidade.
A PF informou, pela assessoria, que os haitianos estavam com o visto errado - de turista, em vez de estudante; não tinham dinheiro para bancar a estadia e deram informações contraditórias na entrevista para justificar a viagem. A PF disse ainda que agiu com objetividade, sem privilégio, ou perseguição, como age com qualquer estrangeiro que tenta entrar irregularmente no País. Informou por fim que não se trata de deportação - medida prevista para estrangeiros indesejáveis - mas de inadmissão de pessoa que não cumpre os requisitos legais para entrar no país.
Para a ONG, todavia, é mais do que isso: “Foi um ato de humilhação e desprezo por puro preconceito contra cidadãos de um país que passa pelos problemas que todos sabem”, enfatizou o dirigente. A ONG notificou o caso junto ao Ministério das Relações Exteriores, do qual alega ter sido parceira em programas de reconstrução do Haiti, após o terremoto de 2010. A entidade explicou que o visto correto era o de turista, mesmo porque eles não vieram na condição de estudantes, mas para participar de um evento oficial e portavam a carta convite.
O monitoramento de políticas públicas, segundo o dirigente, é uma metodologia que a Visão Mundial utiliza no Brasil desde 2008, em 30 comunidades empobrecidas. A entidade vem implementando no Haiti a metodologia e mandou os dois jovens para conhecer a experiência brasileira, tida como essencial para que o trabalho pudesse ser desenvolvido no seu país com o máximo de eficiência. A ONG não reconhece as causas alegadas pela PF para barrar os haitianos.  (Agência Estado)

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