Quadrilha que fraudava contas é presa pela DRCO

José Pedro Amorim Sobrinho vulgo “Pedrinho” do município de Marituba, coordenador do grupo na capital, desviou milhões em dinheiro de contas através da internet

Uma quadrilha responsável pelo desvio através da Internet de mais de R$ 2,5 milhões das contas de um banco privado em Fortaleza, no Ceará, foi desarticulada na última segunda-feira, 19, durante a operação “Reloaded”, da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil do Pará.

Ao todo, onze pessoas foram presas por ordem judicial, de forma simultânea, nos Estados do Pará e Ceará. Com eles, equipamentos de informática, televisores de LCD, e veículos zero quilômetro foram apreendidos. Com um dos presos, localizado pelos policiais civis em Castanhal, nordeste do Estado, uma submetralhadora modelo Uzi, com lente telescópica, de uso restrito às forças armadas, foi apreendida.

Em Fortaleza, foram presas três pessoas. Uma delas é Wellington Patrick Borges Souza, paraense, líder do esquema criminoso e responsável por elaborar e vender programas maliciosos que invadem contas bancárias acessadas via Internet. Ele já foi preso em 2004 pela Polícia Federal, em Parauapebas, sudeste do Estado, durante a “Operação Cavalo de Troia”, e condenado em maio deste ano pelos crimes via internet.

Eles também realizavam invasão de contas menores, com valores que variavam de mil a três mil reais. Os outros dois presos na capital cearense são: Francisco Edson Andrade da Costa e Nerilane Costa de Castro Pessoa. No Pará, foram presas oito pessoas acusadas de receber em contas particulares valores desviados. Em Santarém, oeste do Estado, foi presa Ornelinda Maria Paz Andrade. A prisão dela foi realizada por policiais civis do NAI (Núcleo de Apoio à Investigação) de Santarém, sob comando do delegado Silvio Birro. Já em Castanhal, região nordeste do Pará, a Polícia Civil prendeu Valdir Parizotto, com quem foi apreendida a arma de fogo. Segundo as investigações, ele é o responsável pelo esquema de desvio de dinheiro em Castanhal e tem ligações com quadrilhas de assaltantes e traficantes de drogas no município. Com ele, além da submetralhadora, munição foi apreendida.

Na região metropolitana de Belém, a equipe do DIOE pendeu José Pedro Amorim Sobrinho vulgo “Pedrinho”, coordenador do grupo na capital, ele Pedro Amorim sempre atuou com esquemas ilícitos na cidade de Marituba onde mora com seus familiares, sempre esteve envolvido em esquemas ilícitos com diversas ramificações envolvendo esquemas políticos e lavagem de dinheiro através de empresa de construção civil de sua propriedade e de seus familiares. Outras prisões foram feitas de Evelise Lassance Cunha de Alencar; Marcos José de Sousa Durães; Wysney Rafael Silveira de Assis; Liliana de Nazaré Lobato dos Santos e Cleverton da Silva Nunes. Evelise é ex-funcionária do Tribunal de Justiça do Pará. Ela recebeu R$ 50 mil em sua conta. Em 2007, a acusada já esteve presa na Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE) por contrabando de 18 mil mídias usadas para abastecer o comércio informal na capital paraense. A ação policial foi comandada pelos delegados Beatriz Silveira, titular da Delegacia de Crimes Tecnológicos da DRCO, e delegado João Bosco Rodrigues, diretor de Polícia Especializada.

As prisões contaram com apoio de policiais do Ceará e do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), em Castanhal, tendo à frente os delegados Fernando Rocha e Augusto Damasceno. As ordens de prisão e de busca e apreensão começaram a ser cumpridas por volta de 5h da manhã. De acordo com a delegada Beatriz, Wellington Patrick é considerado um “cracker” - criminoso virtual – qualificado como nível sênior, pois desenvolve e vende programas maliciosos. Ele já responde a processos criminais nos Estados de Santa Catarina e em São Paulo. Com ele, em Fortaleza, os policiais civis apreenderam ainda papeis timbrados usados para montar documentos e matrizes para confecção de CPFs (Cadastros de Pessoas Físicas).

Para a delegada, a quadrilha desarticulada representa em torno de 40% de todos os crimes de desvio de dinheiro de contas via internet. “Em muitos casos que investigamos sempre surgia essa quadrilha”, explica. As investigações para desmontar a quadrilha tiveram início em abril deste ano. Até o momento, 17 pessoas envolvidas com a mesma quadrilha foram presas. Os presos em Fortaleza devem ser transferidos para Belém até o final desta semana. Já os demais presos foram transferidos para a DRCO em Belém para responderem pelos crimes de furto mediante fraude e receptação qualificada.